sexta-feira, 24 de maio de 2013

País com a melhor educação do mundo, Finlândia aposta no professor


24/05/2013 06h00 - Atualizado em 24/05/2013 10h25

Universidade na Finlândia (Foto: AFP)Professores possuem mestrado e têm liberdade para criar currículo.
Finlândia lidera rankings internacionais de qualidade de ensino. 

 

 

 

O país com a melhor educação do mundo é a Finlândia. Por quatro anos consecutivos, o país do norte da Europa ficou entre os primeiros lugares no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que mede a qualidade de ensino. O segredo deste sucesso, segundo Jaana Palojärvi, diretora do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, não tem nada a ver com métodos pedagógicos revolucionários, uso da tecnologia em sala de aula ou exames gigantescos como Enem ou Enade. Pelo contrário: a Finlândia dispensa as provas nacionais e aposta na valorização do professor e na liberdade para ele poder trabalhar.
Jaana Palojärvi esteve em São Paulo nesta quinta-feira (23) para participar de um seminário sobre o sistema de educação da Finlândia, no Colégio Rio Branco. A diretora do ministério orgulha-se da imagem de seu país "tetracampeão" do Pisa. O ranking é elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), e aplicado a cada três anos com ênfase em uma área do conhecimento. No último, em 2010, o Brasil ficou na 53ª colocação entre 65 países. Uma nova edição do Pisa será lançada em dezembro.
 
Na Finlândia a educação é gratuita, inclusive no ensino superior. Só 2% das escolas são particulares, mas são subsidiadas por fundos públicos e os estudantes não pagam mensalidade. As crianças só entram na escola a partir dos 7 anos. Não há escolas em tempo integral, pelo contrário, a jornada é curta, de 4 a 7 horas, e os alunos não têm muita lição de casa. "Também temos menos dias letivos que os demais países, acreditamos que quantidade não é qualidade", diz Jaana.
A diretora considera que o sistema finlandês de educação passou por duas grandes mudanças, uma na década de 70 e outra em 90. A partir do início da década de 90, a educação foi descentralizada, e os municípios, escolas e, principalmente, os professores passaram a ter mais autonomia.
"Fé e confiança têm papel fundamental no sistema finlandês. Descentralizamos, confiamos e damos apoio, assim que o sistema funciona. O controle não motiva o professor a dar o melhor de si. É simples, somos pragmáticos, gostamos de coisas simples."


O governo também não costuma inspecionar o ensino das 3.000 escolas que atendem 55.000 estudantes na educação básica. O material usado e o currículo são livres, por isso podem variar muito de uma unidade para outra.
"Os professores planejam as aulas, escolhem os métodos. Não há prova nacional, não acreditamos em testes, estamos mais interessados na aprendizagem. Os professores têm muita autonomia, mas precisam ser bem qualificados. Esta é uma profissão desejada na Finlândia."
Os docentes da Finlândia ganham, em média, 3 mil euros por mês, em torno de R$ 8 mil reais, considerado um salário "médio" para o país. Para conquistar a vaga é preciso ter mestrado e passar por treinamento. O salário aumenta de acordo com o tempo de casa do professor, mas não há bônus concedidos por mérito. A remuneração não é considerada alta. "Em compensação, oferecemos ao professor um ambiente de trabalho interessante."
Jaana diz que a educação na Finlândia faz parte de uma cultura, resultado de um trabalho longo, porém, simples, mas evita dar lições ou conselhos a outras nações. "Temos muitas diferenças em relação ao Brasil, que é enorme, somos um país pequeno de 5,5 milhões de habitantes. Na Finlândia não temos a figura do Estado, a relação fica entre governo, município e escola. O sistema é muito diferente. A Finlândia não quer dar conselhos, nós relutamos muito em relação a isso", afirma.
Mais do que o bom resultado do país no Pisa, Jaana comemora a equidade entre as escolas – também apontada pelo exame. "Para nós, é o mais importante. Queremos que as escolas rurais localizadas nas florestas, ou do Norte que ficam sob a neve em uma temperatura negativa de 25 graus, tenham o mesmo desempenho das da capital, das áreas de elite. E (este desempenho) é bem semelhante."
Entre todos os países testados pelo Pisa, a Finlândia tem a menor disparidade entre as escolas. O resultado tem explicação. Lá, os alunos mais fracos estão sob a mira dos docentes. "Os professores não dedicam muita atenção aos bons alunos, e sim aos fracos, não podemos perdê-los, temos de mantê-los no sistema."
Jaana Palojärvi é diretora do Ministério da Educação da Finlândia (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)
Jaana Palojärvi é diretora do Ministério da Educação
da Finlândia (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)
'Tecnologia é ferramenta, não conteúdo'
Tecnologia também não é o forte das escolas finlandesas, que preferem investir em gente. "Não gostamos muito de tecnologia, ela é só uma ferramenta, não é o conteúdo em si. Tecnologia pode ser usada ou não, não é um fator chave para a aprendizagem."


A educação básica dura nove anos. Só 2% dos estudantes repetem o ano, o índice de conclusão é de 99,7%. O segredo do sucesso não está ligado ao investimento, segundo
Jaana, que reforça que o país investe apenas 6% de seu PIB no segmento. "O sistema de educação gratuito não sai tão caro assim, é uma questão de organização", afirma.
A diretora do ministério da Finlândia esteve na terça-feira (21) em uma audiência pública na Comissão de Educação e Cultura do Senado, em Brasília, para apresentar o modelo de educação do seus país aos parlamentares brasileiros.

 

 

 

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sem quórum Aprovação da PEC 33 pela CCJ foi inconstitucional


Para quem não viu, durou UM MINUTO – isto mesmo, UM MINUTO – a discussão e votação da admissibilidade da PEC 33/2011, a polêmica proposta de emenda à Constituição que submete parte das decisões do Supremo Tribunal Federal ao controle do Poder Legislativo. Se você não acredita, clique aqui e assista à deliberação na CCJC da Câmara dos Deputados (vídeo, trecho 00min:38seg a 01min:38seg).
Ante a celeuma que se instaurou com essa proposta, a motivar nota do presidente do STF e possível pronunciamento, nesta semana, de todos os ministros do Tribunal, o presidente da Câmara, se quiser, poderá garantir a harmonia entre o Supremo e o Congresso. Há uma alternativa rápida e eficiente para arquivar a PEC 33/2011. Basta Sua Excelência, em questão de ordem (vide RICD, art. 95), anular a votação que admitiu a PEC. O fundamento é simples: a deliberação violou o art. 47 da Constituição.
No breve minuto de discussão e votação, vê-se no vídeo que não havia maioria absoluta dos membros da CCJC. Ora, sem a presença da maioria absoluta, é nula, írrita, inválida a votação, pois, “[s]alvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros” (CF, art. 47).
Vozes contrárias argumentarão que a lista de presença daquela reunião poderá atestar que havia maioria absoluta dos membros da CCJC. Mas isso não conta. O que importa é o quórum no MOMENTO da deliberação. Se nesse momento não estiver presente a maioria absoluta dos membros, a decisão parlamentar é destituída de validade. Essa é a inteligência do art. 47 da Constituição, norma taxativa do devido processo legislativo.
Oportuno salientar que a presença dos deputados ou senadores, em momentos de deliberação, só pode ser aferida nominalmente ou pelo painel eletrônico de votação. O que não ocorreu com a PEC 33, votada por meio de processo simbólico que é, a toda evidência, incompatível com o art. 47 da Constituição, uma vez que não revela QUEM estava presente, QUEM votou contra ou a favor da proposta ou QUEM se absteve de votar. E como diz o ministro Celso de Mello, “os estatutos do poder, numa República fundada em bases democráticas, não podem privilegiar o mistério”.
Por outro lado, adotando um entendimento mais rigoroso, e inédito, haverá também aqueles que, invocando a primeira parte do mesmo art. 47, sustentarão a necessidade do quórum de três quintos para aprovação da admissibilidade da PEC. O mesmo quórum qualificado exigido para aprovação, no plenário de ambas as Casas, do mérito da proposta de emenda à Constituição (CF, art. 60, § 2º).
Uma coisa, porém, é certa. Seja por não estar presente a maioria absoluta, seja pelo entendimento inovador que estende o quórum de três quintos para aprovação de PEC nas comissões, não havia quórum para deliberar a admissibilidade da PEC 33. Esse fundamento, por si, é suficiente para arquivar a proposta. Sem prejuízo, é claro, do princípio da separação dos Poderes (CF, art. 60, § 4º, III), que NÃO é uma noção abstrata, como declarou o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, em nota divulgada na última sexta-feira, 26/4.
Notas:
[1] Para ler o inteiro teor da PEC 33/2011, bem como acompanhar a sua tramitação, clique aqui.
[2] “Considera-se questão de ordem toda dúvida sobre a interpretação deste Regimento, na sua prática exclusiva ou relacionada com a Constituição Federal” – art. 95 do RICD.
[3] A Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados compõe-se de 61 membros titulares. Clique aqui para conferir a distribuição das vagas.
Artigo publicado originalmente no blog Os Constitucionalistas.

domingo, 10 de março de 2013

Coreia do Norte rejeita posição da ONU, China apela à calma

Coreia do Norte rejeita posição da ONU, China apela à calma

Pyongyang recusa as sanções impostas esta semana pelo Conselho de Segurança da ONU, com o voto favorável da China.

A Coreia do Norte rejeitou formalmente uma resolução do Conselho de Segurança (CS) da ONU votada na quinta-feira a exigir o fim do programa nuclear norte-coreano. A China, que se juntou a essa votação, ao lado dos Estados Unidos, apelou à calma das várias partes. O chefe da diplomacia chinesa defendeu o cumprimento das sanções mas considerou que estas não são a via “fundamental” para resolver tensões na Península coreana.
Um dia depois de ter anunciado o fim dos pactos de não agressão com o Sul e a disponibilidade para desencadear "uma guerra total", Pyongyang disse este sábado que vai prosseguir o seu objectivo de reforçar a sua capacidade nuclear, apesar das sanções adoptadas de forma unânime pelo CS da ONU na quinta-feira – sanções que reforçam restrições financeiras e outras ao regime norte-coreano.
A resolução, a quinta desde 2006 que visa pôr fim ao programa nuclear da Coreia do Norte, acontece quando se intensificam as tensões entre as duas Coreias, sobretudo depois do teste nuclear efectuado (pela terceira vez) pelo Norte no passado dia 12 de Fevereiro.
O aliado principal da Coreia do Norte, a China, através do ministro dos Negócios Estrangeiros Yang Jiechi, concorda que as sanções devem ser integralmente cumpridas. O responsável, por outro lado, afirmou numa conferência de imprensa em Pequim, este sábado, que a melhor maneira de resolver diferenças era o diálogo.
“Acreditamos que as sanções não representam o fim das acções do Conselho de Segurança, nem que as sanções são a via fundamental para resolver questões relevantes”, afirmou Yang Jiechi apelando à calma e à contenção das várias partes. “A única maneira correcta de resolver a questão é manter uma abordagem de conjunto e resolver as preocupações de todas as partes envolvidas de uma forma equilibrada através do diálogo”, concluiu.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Cardeais demoraram a entender a renúncia do papa

"A maioria não domina o latim", comentou um integrante do coro da Capela Sistina em entrevista publicada nesta quinta-feira em Lima.

REUTERS/Stefano Rellandini 

O papa Bento XVII em sua última aparição pública, em 13 de fevereiro de 2013
 O papa Bento XVI: Garay, integrante do coro da Capela Sistina, disse que ficou muito impressionado com o rosto do papa porque "se notava quão custosa havia sido a decisão para ele".
Lima - Os cardeais que acompanhavam o papa Bento XVI quando anunciou sua renúncia levaram dois minutos para compreender sua decisão, pois a maioria não domina o latim, comentou um integrante do coro da Capela Sistina em entrevista publicada nesta quinta-feira em Lima.

     "Muitos cardeais não sabem latim, mas depois de dois minutos compreenderam. A cara de espanto, de desconcerto e os rostos de tristeza dos cardeais se espalhou por toda a sala", disse o barítono peruano Augusto Garay ao diário "El Comercio".
Garay é integrante do coro da Capela Sistina e foi testemunha presencial do anúncio de Bento XVI na segunda-feira passada no Vaticano.
"Nós, os cantores, temos certa familiaridade com o latim. Escutei palavras-chave que se referiam à idade. O diretor do coro, monsenhor Palombella, se deu conta e espalhou a mensagem entre todos", acrescentou Garay.
O corista disse que ficou muito impressionado com o rosto do papa porque "se notava quão custosa havia sido a decisão para ele".
Consultado sobre a atmosfera atual do Vaticano e os deslocamentos de Bento XVI nos últimos tempos, Garay declarou que ultimamente foi visto "abatido".
"Os escândalos da pedofilia e os insultos de que foi alvo em suas viagens geraram um estresse muito grande. Quando escutei a notícia, no fundo pensei na tranquilidade que esse senhor estudioso poderá sentir", afirmou.
Garay explicou que no dia do Conclave, para escolher o novo papa, o coro cantará o Veni Sancte Spiritus, que invoca o Espírito Santo, e depois se anuncia o Extra Omnes (fora todos) quando os cardeais se reúnem para realizar a eleição na Capela Sistina.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

NASA DESMENTE 'FIM DO MUNDO' E ALERTA SOBRE SUICÍDIOS.


Foto Terra (Foto Nasa/AFP)Nesta quarta-feira (dia28), a Nasa fez uma conferência online com a participação de diversos cientistas. Além disso, também criou uma seção em seu website para desmentir que haja indícios de que um fim do mundo esteja próximo.

Segundo o astrobiologista David Morrison, do Centro de Pesquisa Ames, da Nasa, muitas das cartas expondo preocupações com as teorias apocalípticas são enviadas por jovens e crianças.
Alguns dizem até pensar em suicídio, de acordo com o cientista, que também mencionou um caso, reportado por um professor, de um casal que teria manifestado intenção de matar os filhos para que eles não presenciassem o apocalipse.
"Estamos fazendo isso porque muitas pessoas escrevem para a Nasa pedindo uma resposta (sobre as teorias do fim do mundo). Em particular, estou preocupado com crianças que me escrevem dizendo que estão com medo, que não conseguem dormir, não conseguem comer. Algumas dizem que estão até pensando em suicídio", afirmou Morrison.
"Há um caso de um professor que disse que pais de seus alunos estariam planejando matar seus filhos para escapar desse apocalipse. O que é uma piada para muitos e um mistério para outros está preocupando de verdade algumas pessoas e por isso é importante que a Nasa responda a essas perguntas enviadas para nós."


•CALENDÁRIO MAIA.

Um desses rumores difundidos pela internet justifica a crença de que o mundo acabará no dia 21 dizendo que essa seria a última data do calendário da civilização maia.
Outro rumor tem origens em textos do escritor Zecharia Sitchi dos anos 70. Segundo tais teorias, documentos da civilização Suméria, que povoou a Mesopotâmia, preveriam que um planeta se chocaria com a Terra. Alguns chamam esse planeta de Nibiru. Outros de Planeta X.
"A data para esse suposto choque estava inicialmente prevista para maio de 2003, mas como nada aconteceu, o dia foi mudado para dezembro de 2012, para coincidir com o fim de um ciclo no antigo calendário maia", diz o site da Nasa.
Sobre o fim do calendário maia, a Nasa esclarece que, da mesma forma que o tempo não para quando os "calendários de cozinha" chegam ao fim, no dia 31 de dezembro, não há motivo para pensar que com o calendário maia seria diferente – 21 de dezembro de 2012 também seria apenas o fim de um ciclo.
A agência espacial americana enfatiza que não há evidências de que os planetas do sistema solar "estejam se alinhando", como dizem algumas teorias, e diz que, mesmo que se isso ocorresse, os efeitos sobre a Terra seriam irrelevantes. Também esclarece que não há indícios de que uma tempestade solar possa ocorrer no final de 2012 e muito menos de que haja um planeta em rota de colisão com a Terra.
"Não há base para essas afirmações", diz. "Se Nibiru ou o Planeta X fossem reais e estivessem se deslocando em direção à Terra para colidir com o planeta em 2012, astrônomos já estariam conseguindo observá-lo há pelo menos uma década e agora ele já estaria visível a olho nu", diz o site da Nasa.




BBC